Natália Correia foi uma figura central da cultura portuguesa do século XX. Nascida nos Açores em 1923, mudou-se para Lisboa aos 11 anos. Destacou-se como poetisa, romancista, dramaturga e tradutora, mas também pelo seu ativismo político. A sua obra literária é profundamente marcada por temas de liberdade, amor e espiritualidade, com um estilo lírico e, muitas vezes, de forte crítica social e política.
Durante a ditadura salazarista, Natália foi uma defensora ferrenha da liberdade de expressão, o que lhe trouxe problemas com a censura. Ela foi condenada por ter organizado a antologia “Canto e Maldição”, considerada subversiva pelo regime. A sua obra poética é ampla, sendo uma das suas obras mais conhecidas o livro “O Sol nas Noites e o Luar nos Dias”.
Além disso, Natália teve um papel importante como deputada na Assembleia da República após a Revolução dos Cravos, onde continuou a defender causas progressistas, especialmente os direitos das mulheres. Um dos seus legados mais notáveis foi o Botequim, um bar literário que mantinha em Lisboa, onde se reuniam intelectuais, artistas e políticos.
O espetáculo “Natália é Quando Uma Mulher Quiser” celebrou o centenário da poetisa Natália Correia em grande estilo no Salão Preto & Prata do Casino Estoril no passado dia 15 de setembro de 2024. Foi uma homenagem musical, com doze cantoras, Ana Bacalhau, Áurea, Amélia Muge, Elisa Rodrigues, Katia Guerreiro, Mafalda Veiga, Patrícia Antunes, Patrícia Silveira, Maria João, Rita Redshoes, Sofia Escobar e Viviane, artistas portuguesas que interpretaram poemas musicados por Renato Júnior. A apresentação recriou o espírito do famoso bar literário “Botequim”, um espaço de tertúlias literárias e políticas promovido por Natália