BoCA Bienal 2025 propõe “Camino Irreal” e inaugura um novo eixo Lisboa–Madrid
De 10 de Setembro a 26 de Outubro, a 5.ª edição Bienal de Artes Contemporâneas atravessa mais de trinta instituições em Lisboa e Madrid com ópera, cinema, dança, artes visuais e artes performativas. De Dino D’Santiago a Chrystabell, de Tiago Rodrigues a Elena Córdoba, de Kiluanji Kia Henda a Pedro G. Romero, a BoCA afirma-se como um dos mais ousados encontros artísticos da cena europeia.
A BoCA – Bienal de Artes Contemporâneas regressa de 10 de Setembro a 26 de Outubro para inaugurar um novo eixo cultural entre Lisboa e Madrid. Sob o título “Camino Irreal”, a 5.ª edição apresenta-se como um percurso aberto ao imprevisto, um caminho paralelo onde a arte inventa novos modos de existir.
Depois de ter anunciada a ópera Adilson de Dino D’Santiago, o espectáculo e instalação Coral dos Corpos sem Norte de Kiluanji Kia Henda, a vigília performativa O Julgamento de Pelicot de Milo Rau e Servane Dècle ou a criação coreográfica de Elena Córdoba e Francisco Camacho, a bienal revela agora a totalidade da sua programação: um mosaico de obras inéditas que expande os limites da criação contemporânea.
No Museu do Prado, Tiago Rodrigues em colaboração com Sofia Dias & Vítor Roriz, Patrícia Portela, Angélica Liddell e Rodrigo García estreiam quatro criações inspiradas na colecção do museu, num percurso nocturno onde pintura, teatro e dança se entrelaçam. João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata apresentam a instalação Sem Antes Nem Depois na Sociedade Nacional de Belas Artes, a curta em estreia mundial 13 Alfinetes e ainda o ciclo cinematográfico Malamor / Tainted Love, que percorre as duas cidades com mais de 60 filmes.
Entre as novidades, sobressaem a exposição Dialecto do colombiano Felipe Romero Beltrán, sobre a espera e a burocracia enfrentada por jovens migrantes, o concerto-performance The Spirit Lamp de Chrystabell em evocação da memória criativa de David Lynch, o ritual coreográfico Totentanz de Marcos Morau, a peça SOLAS de Candela Capitán, que mergulha nos labirintos digitais da hipervisibilidade, e ainda o filme-concerto Belonging de Raquel André e activações da instalação Alcindo Monteiro de Gabriel Chaile – estas duas em exclusivo em Madrid.
Pedro G. Romero e Niño de Elche estreiam na Fundação Calouste Gulbenkian a conferência-performance e concerto Descomposición/Choro e El Cante Rasgueado, resgatando a mestiçagem da cultura popular ibérica.
A poesia em zapoteca de Elvis Guerra, o filme e performance inédita ¿De qué casa eres? de Ana Pérez-Quiroga, o concerto Nossas Mãos/Nuestras Manos de Tânia Carvalho e Rocío Guzmán, a instalação performativa Yo No Tengo Nombre de El Conde de Torrefiel, os novos trabalhos de Julián Pacomio e a estreia em Portugal da dupla Aurora Bauzà & Pere Jou desenham novas constelações dentro do “Camino Irreal”.
Destaque também para a recuperação do ciclo Quero ver as minhas montanhas, inspirado em Joseph Beuys e no projecto A Defesa da Natureza que, na BoCA de 2021, celebrou o seu centenário. Este ano, quatro artistas de Portugal e Espanha, entre as quais Isabel Cordovil e Gemma Luz Bosch, revisitam o legado de Beuys através de intervenções inéditas e éfemeras, em Lisboa e Madrid, cruzando artes plásticas e performativas, e propondo novas afinidades entre arte e natureza.
Desde 2017 que a BoCA Sub21 integra e amplifica as vozes de jovens criadores, tornando-se um dos pilares educativos da bienal. Em 2025, o programa expande-se às duas capitais ibéricas, onde dois grupos de participantes irão explorar os temas do “Camino Irreal” a partir das suas realidades, interesses e desafios comuns. Este processo de diálogo e colaboração dará origem a criações artísticas multidisciplinares apresentadas em ambas as cidades, celebrando identidades próprias e intersecções colectivas de numa nova geração ibérica.
Esta edição é marcada ainda pela abertura do novo Espaço BoCA, entre o Cais do Sodré e Santos, em Lisboa, um local permanente durante toda a bienal, pensado como casa e ponto de encontro. Será um espaço agregador e vivo, com conversas, concertos, performances e encontros entre artistas e públicos, inaugurado com a activação do colectivo Os Espacialistas, que transforma a arquitectura num exercício crítico e poético.
Mais de vinte estreias mundiais e nacionais apresentam-se em mais de trinta instituições culturais do Centro Cultural de Belém, Fundação Calouste Gulbenkian, MAAT, Teatro Nacional D. Maria II, Culturgest, Estufa Fria e Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, ao Museo del Prado, Museo Reina Sofía, Filmoteca Española, Museo Nacional del Traje, Teatro de la Abadía e Goethe Institut, em Madrid.
Entre 10 de Setembro e 26 de Outubro, a BoCA Bienal assume o risco do “Camino Irreal”, que para o curador John Romão “é um exercício de imaginação crítica, um modo de ver e de estar que se recusa a seguir as estradas oficiais”.
Conta com financiamento da Direcção-Geral das Artes / Ministério da Cultura, Juventude e Desporto, GEPAC-Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais, Câmara Municipal de Lisboa e Fundação Calouste Gulbenkian, e apoio da Embaixada de Espanha em Portugal, Fundação Millennium bcp, Turismo de Lisboa, entre outros.
Informações sobre bilhetes e programação detalhada disponíveis em www.bocabienal.org.