Apresentou-se no dia 9 de maio de 2024, às 21:00, no Teatro Tivoli BBVA, Lisboa. Teatro antigo, elegante, cuidado e muito bonito apesar da sua idade centenária.
Os textos que compõem o manuscrito “Carmina Burana” tratam-se de poesias de caráter profano escritas por diferentes poetas, com culturas e ideologias diversas e, por isso, os seus estilos são bastante diversificados.
Em 1936, o compositor alemão Carl Orff utilizando cerca de 20 dos 254 poemas de Carmina Burana musicou-os de forma totalmente nova, embora imitasse algumas características musicais típicas do período medieval, como o canto gregoriano.
A cantata dramática Carmina Burana foi composta por Carl Orff em plena Segunda Guerra Mundial.
De acordo com as fontes consultadas:
“…esta nova abordagem de “Carmina Burana” é uma celebração da interseção entre o passado e o presente, entre a arte clássica e a inovação contemporânea, proporcionando uma experiência concetual e visualmente empolgantes para o público. É uma oportunidade única de vivenciar esta obra intemporal, num formato verdadeiramente inovador pela sua natureza imersiva … . O público vê-se envolvido num ambiente onde os elementos visuais, sonoros e tecnológicos se mesclam harmoniosamente, através de projeções, efeitos de iluminação dinâmicos, da coreografia e de tecnologias interativas. É uma criação cuja força intrínseca se alimenta da intensidade da dança, da pujança da música e da desconstrução das novas tecnologias.”
“Esta nova criação representa não apenas uma homenagem ao legado cultural dos 100 anos do Teatro Tivoli BBVA e à obra de Carl Orff, mas também uma exploração do potencial criativo da dança contemporânea, num mundo cada vez mais tecnológico.”
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, alegadamente, não há etiqueta para assistir a um espetáculo de ópera. Hoje há de tudo um pouco, formal, informal, misto. Ventos de mudança… .
Primeiros acordes. Imagens projetadas nas paredes da sala. Efeito muito interessante, colorido e diversificado.
Seres andróginos dançantes vestidos de negro, com luzes intermitentes nas mãos e de capacete. Quase que parecem saídos de algum filme de ficção científica.
“Ninfas a esvoaçar” pelo palco ao som da música cantada pelo coro oculto. Vozes masculinas e femininas com timbres interessantes e intensas.
Está estabelecida a interface entre a dança contemporânea e a ópera.
O burlesco sempre presente assim como a sátira à sociedade.
Qual será o valor do ângulo do plano inclinado no palco?
Subir e descer aquela superfície não deve ser nada fácil.
Parabéns pela força, elegância e consistência dos corpos e, principalmente, dos joelhos dos bailarinos.
Ao terminar o espetáculo o público levantou-se e muitas palmas surgiram para felicitar os intervenientes no espetáculo!
E assim chegou a hora de voltar para casa!
Texto: Lady Ororo Adonisa
Fotos: Jorge Torres Carmona