No dia 20 de dezembro de 2023, às 21h00min, estava pronta para assistir ao espetáculo do Cirque du Soleil – OVO, na Altice Arena. Todas as idades estiveram representadas, desde os mais novos aos adultos!
Um ovo gigante aguardava no centro do palco pelo início dos acontecimentos! Os insetos povoaram o espaço disponível e tentavam interagir com o público. Foi o relançamento do espetáculo OVO e segundo os artigos consultados, é um dos mais emocionantes e coloridos da companhia.
Há aquela letra de canção que diz “Quando eu era pequenino, quando eu era pequenino…“. Vou continuar de um modo semelhante.
Quando eu era pequenina, o meu pai trabalhava numa fábrica de fundição de aço, extinta há muitos anos em Portugal, desde a crise económica dos anos oitenta do século passado. O meu pai foi Vazador de Primeira, nome muito pomposo para uma posição profissional que, depois de uma vida dedicada a ela, ficou muito doente. Na idade da reforma ficou com uma pensão quase miserável.
Enfim… Isto tudo para dizer que a empresa oferecia bilhetes para os funcionários acompanharem os filhos menores ao circo na época do Natal. Para mim foi sempre uma emoção ir ao circo, mas nunca gostei dos palhaços. Não era uma questão de ter medo, simplesmente, não gostava. No dia em que, devia ter cerca de seis anos, vi a menina à saída a vender pipocas, a mesma que esteve linda, elegante e brilhante a fazer exercícios no trapézio, enfrentando o perigo nas alturas. Foi nesse momento que toda a possível magia do circo terminou para mim. Passei a afirmar que detestava o circo e os palhaços. Nunca mais fui ao circo.
O meu sobrinho mais velho, adulto, aprecia os espetáculos do Cirque du Soleil. Fala-me deles, explicando que é um conceito diferente do circo tradicional.
Já vi na televisão o Espetáculo Toruk que transporta o público para Pandora milhares de anos antes dos acontecimentos descritos no filme Avatar. Eu gosto muito desse filme, pensei, talvez mude de ideias. Só pelo facto de não existir palhaços ganhou muitos pontos, mas não fiquei convencida.
Ter a oportunidade de assistir ao Espetáculo OVO que conta a história de um ecossistema cheio de vida e de cor, onde insetos trabalham, comem, rastejam, brincam, lutam e até se apaixonam, é muito interessante. Estando presente um enorme e grandioso tumulto de energia, onde o contraste entre o barulho e o silêncio são um dos ingredientes principais que surpreendem!
Eu gosto muito de formigas, pela sua dedicação ao trabalho, de abelhas pela contribuição na fertilização das plantas, de borboletas pela sua elegância e de joaninhas, ladybug – como a Nina chama por mim, pela cor e forma.
OVO é a ilustração da Natureza. Uma representação fictícia repleta de imaginação, luz, som e emoção. Cada personagem assume um papel que pode transformar a nossa forma de olhar para a Natureza.
A Natureza é maravilhosa, especial e única!
O ritmo, a destreza e a elegância dos artistas/insetos conquistaram a minha atenção. A força, segurança, confiança e energia nas representações demonstram muito trabalho e treino individual e em equipa.
A fluidez e flexibilidade nos movimentos é lindo e cativante. A coordenação e sincronia estão sempre presentes.
A Natureza merece todo o nosso cuidado. O Planeta Terra precisa do nosso respeito, amor e carinho. Não há planeta B e a nossa casa planetária tem recursos que se esgotam.
As gerações do futuro merecem receber como herança um planeta que lhes permita qualidade de vida com todos os recursos.
Cada “cidadão do mundo” pode e deve contribuir para reverter a situação delicada e debilitada em que se encontra a Terra.
É nossa responsabilidade tratar este planeta da melhor forma possível para que todas as espécies que nele existem possam sobreviver para um futuro melhor.
A Humanidade produz muito lixo, é necessário apostar mais na política dos 7 R´s da sustentabilidade: Repensar, Recusar, Reduzir, Reaproveitar, Reutilizar, Reciclar e Recuperar.
O Desenvolvimento Sustentável tem de deixar de ser uma teoria e passar a ser uma prática diária e sistemática, aplicada por todos.
Deve ser respeitada a biodiversidade e a diferença.
O público aplaudiu no decorrer do espetáculo!
No final do mesmo, quase abafado pelos aplausos, ouvi alguém dizer: Muito Bom!
Eu Concordo!
Texto: Lady Ororo Adonisa
Fotos: Jorge Torres Carmona