Tito Paris acaba de anunciar convidados de luxo para a celebração dos 40 anos de carreira nos Coliseus, a 10 de novembro em Lisboa, praticamente esgotado, e a 17 de novembro no Porto. Rui Veloso, Paulo Flores, Dany Silva e Sandra Horta juntam-se a Tito para uma noite muito especial.
O nome de Tito Paris é hoje sinónimo de um dos maiores marcos culturais de Cabo Verde, mas também de alguém que contribuiu, e continua a fazê-lo, para a criação de pontes culturais e ligações entre vários povos.
Neste espetáculo, Tito Paris, passará pelas quatro décadas de música, que celebram toda a sua diversidade e obra multicultural, onde cabe todo o imenso mundo lusófono, todas as influências e vivências. Uma carreira longa, de sucesso, que começa no seio de uma família dedicada à música. Aprende os primeiros acordes na guitarra com a sua irmã, foi tocando com os irmãos e com o primo Bau, que também se viria a tornar célebre e recebeu a influência de músicos como o clarinetista Luís Morais e o pianista Chico Serra. Aos 19 anos ruma a Lisboa, a convite de Bana para integrar a sua banda “A Voz de Cabo Verde”.
Já em Lisboa, Tito Paris cedo começa a conquistar o seu espaço então na florescente cena da capital portuguesa, ao acompanhar Bana, Dany Silva, Paulino Vieira, Paulo de Carvalho, Celina Pereira e Vitorino. Como compositor começa a escrever para vários artistas como Bana e Cesária Évora e é aí que começa a seguir uma carreira em nome próprio. Tito Paris, aos poucos, torna-se num dos maiores embaixadores da música de Cabo Verde em Portugal. Em 1987 lança e produz o seu primeiro álbum, “Fidjo Maguado”, um trabalho que destaca principalmente o seu virtuosismo à guitarra e mais tarde, em 1994 grava o disco “Dança Ma Mi Criola”, pela editora MB Records de Boston, EUA. Em 1996 “Graça de Tchega”, o seu terceiro disco de originais, leva-o a atuar um pouco por todo o mundo e a promover a sua música e a de Cabo Verde. Em 2002, regressa a estúdio e lança “Guilhermina”, a sua música torna-se sinónimo das pontes culturais entre o mundo lusófono, o semba e a coladeira juntam-se à sua voz rouca única e que chega agora um pouco a todos os quatro cantos do mundo.
Em 2017, as pontes que tem criado entre os países de língua portuguesa levaram-no a receber a condecoração de grau de Comendador da Ordem do Mérito pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. O ano fica ainda marcado pelo regresso do músico aos discos, com o lançamento do álbum “Mim ê Bô” que conta com a participação especial do falecido rei da morna Bana, com Boss AC e o músico brasileiro Zeca Baleiro.
Agora, Tito Paris volta aos Coliseus, um concerto que terá convidados e participações especiais, de artistas que sempre fizeram parte do seu mundo, porque a vida e música de Tito só assim fazem sentido, em partilha.