Aida de Verdi é uma ópera em quatro atos, com música de Giuseppe Verdi e libreto de Antonio Ghislanzoni e Camile du Locle. A sua estreia mundial aconteceu na Casa da Ópera, na Cidade do Cairo, em 24 de dezembro de 1871.
A ópera representa uma amostra da possibilidade da história do Antigo Egipto.
A Natureza é única, especial e fantástica devido à sua diversidade. Tem espécies dominantes, deve ser o normal. O que não deve ser normal é dentro da mesma espécie existir alguém ou um grupo que se considere superior e exerça o domínio nefasto sobre os seus semelhantes, tornando-os seus escravos. Ao longo da História da Humanidade, infelizmente há muitos exemplos. Eu sou descendente de escravos e de contratados, pseudo-escravos, dos anos 40 e 50 do século passado.
O que diferencia e confere estatuto, dando esse direito a um humano para subjugar o seu semelhante de modo a torná-lo seu escravo?
Já viram o filme “Django Libertado”, de Quentin Tarantino?
Revendo a história desta ópera, os escravos no Egipto eram descendentes de trabalhadores, possivelmente, de outros escravos.
Os escravos eram classificados como trabalhadores domésticos, artesãos, artistas, trabalhadores do campo e operários de minas e pedreiras. Alguns escravos pertenciam ao Estado e outros aos templos do Egipto Antigo.
Esta ópera narra o drama do amor entre uma escrava etíope chamada Aida (de origem nobre e escravizada no reino faraónico) e um general egípcio chamado Radamés, comandante das forças de ocupação do país da escrava. Aida estava indecisa entre o seu amor por Radamés e o amor pelo seu pai, o dever da obediência ao mesmo e o desejo pela liberdade do seu povo, sofrendo com demasiada angústia, sem saber que lado apoiar.
Um tripleto de pessoas a sofrer: Aida, Radamés e Amneris pois não conseguem acertar no amor correspondido e livre.
A facilidade e a rapidez com que se passa de herói a traidor!
A ópera cantada em italiano iniciou a sua apresentação no norte de Portugal e chegou agora a Lisboa. São muitos os artistas em palco.
Hoje, dia 10 de maio de 2023, pelas 21h, apresentou-se no Coliseu dos Recreio acompanhada pela Hesperian Symphony Orchestra, dirigida por Antonio Ariza Momblant.
Grandiosa em estilo, cenários, sentimentos e emoções, conquistou o público.
As pessoas não ficaram indiferentes perante o amor, a tristeza, o desencontro e o sofrimento. Tudo a alinhar para um final trágico!
A atuação foi muito aplaudida, principalmente, a de Aida que foi o expoente máximo de entrega ao seu amor!
O Amor é um “lugar” estranho!
Texto | Lady Ororo AdonisaFotos | Jorge Torres Carmona