No passado domingo, 19 de março, o Coliseu de Lisboa tornou-se a “Casa Guilhermina” de Ana Moura onde a cantora mostrou o seu novo trabalho.
Um Coliseu lotadíssimo assistiu à metamorfose da fadista que, neste novo álbum, reinventou o fado, adaptando-o a novos ritmos e sonoridades. Exemplo disso adaptação do “Desfado” aos ritmos africanos.
Ana Moura, que se confessou particularmente nervosa neste concerto, partilhou com o público que cantar lhe traz muita alegria, assim como dançar, mas ver as pessoas a dançar as suas músicas ainda a faz mais feliz. E foi o que aconteceu.
Os trinados das guitarras que antes a acompanhavam a cantar fado foram substituídos por ritmos mais propícios à dança e o próprio Coliseu, preparado com imensos lugares em pé, estava pronto para um público que abrangia diversas faixas etárias e não se fez rogado para dançar os ritmos que a cantora apresentou.
Pedro Mafama, companheiro de vida cantora e parceiro neste trabalho, veio a palco para interpretar “Linda forma de morrer” e “Agarra em mim”, entregando-se neste último tema a um beijar de mão e dança sedutora com Ana Moura.
Após mais algumas músicas, e ritmos de influência angolana, A cantora pede “Silêncio para não assustar a Emília” e a menina, filha de Ana Moura que “aprendeu a andar há pouco tempo e a dançar sem ninguém a ensinar” vem ao palco para uns passinhos de dança na companhia da mãe.
Também Paulo Flores foi convidado a “celebrar a vida” e homenagear algumas das pessoas que têm marcado a vida da cantora.
Já no encore, Ana Moura deixou o publico em êxtase com o fado “Loucura” cantado sem qualquer instrumento a acompanhar e provocando reações como o conhecido “ah fadista!”
No fim, nas despedidas, com a apresentação dos músicos e bailarinos e o regresso ao palco de Mafama e Flores, a fadista concluiu emocionada “ Foi só amor o que aconteceu aqui!”. E foi mesmo!
Texto | Cristina Matos
Fotos | Onésimo Costa